Divulgação e Protecção do Património do Vale do Bestança
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Pela Serra do Soajo – Uma Caminhada Memorável

Novembro 7th, 2016 | Posted by admin in Destaques | Notícias

Soajo

O nosso associado César Lopez está de parabéns. Organizou no passado sábado ( 5/11/2016 ) uma bonita caminhada pelo Gerês que a todos ( 17 participantes ) agradou.

Recebeu-nos no parque de estacionamento da vila do Soajo e encaminhou-nos para o conjunto de espigueiros, todos de pedra granítica, implantados num afloramento rochoso, onde nos elucidou sobre os aspetos etnográficos e históricos respeitantes àquele conjunto de grande valor patrimonial. Visitámos a seguir o povoado e lemos também a célebre sentença, insculpida numa lápide, do juiz do Soajo; melhor, lemos, relemos e trelemos a sentença mas ninguém a percebeu! Apenas que o réu foi severamente sentenciado, mas ficámos sem saber se foi mesmo condenado.

Partimos depois, de carro, para Rouças, onde iniciámos a subida pelos íngremes caminhos da serra do Soajo. Subida difícil, penosa, até atingirmos o planalto das Brandas de Seide. Mas quanto mais subíamos mais bonita se tornava a paisagem. Montes e montes a ondular recortados contra o céu azul matizado de nuvens. As cores da montanha, ocres dos fetos, lilases das urzes, amarelos do tojo e da carqueja, conjugados, deixavam uma impressão forte no nosso olhar deleitado.

Soajo

Atingimos então, bem depois do meio-dia, após passarmos as brandas, o sítio do Fôjo do Lobo. Dois muros, de lajes de granito sobrepostas, com altura de dois ou mais metros, iniciando-se a larga distância um do outro, descem paralelos na crista de dois montes até afunilarem num poço para onde era atraído ou conduzido o lobo, enganado pelo balido de alguma cabra adoentada, lá colocada de propósito, que assim se tornava presa fácil dos homens que o queriam apanhar.

Uma notável e muito bem conservada construção comunitária, dos tempos em que o homem e o lobo eram inimigos irreconciliáveis.

E protegidos pelas paredes do Fôjo atirámo-nos às nossas vitualhas como lobos aos cordeiros. E foi um ápice, que o sol encobriu-se, o vento uivou forte, e uns pingos de neve começaram a inculcar que melhor seria continuarmos a caminhada.

Percorremos um serro plano, ao largo do monte da Pedrada; e descemos depois por outras brandas, cujo designação desconhcemos, em direção à aldeia donde partimos, numa descida quase tão penosa quanto a subida, a espaços fustigados por uma saraivada anunciadora dos tempos invernosos prestes a chegar a estas serranias.

Esperou-nos um chá quente, no acolhedor café da aldeia, e um convívio agradável de final de jornada. Seguimos depois para o restaurante que nos serviu um óptimo jantar precedido de uma bela poesia do nosso celebrado poeta Jomaduol.

E entre os discursos e agradecimentos o César Lopez ofereceu para o projecto da ADVB “ estante de livros: café com aroma a leitura” um livro que tem por título: Portugal – Luz e Sombra ( O País depois de Orlando Ribeiro ).

Soajo

Muito obrigado, caro César ( agradecimento extensivo aos amigos Ricardo e Julien ), foi uma caminhada memorável. A Associação para a Defesa do Vale do Bestança agradece todo o teu empenho e simpatia. E para o ano talvez uma incursão pela Serra Amarela. Fica a sugestão.
Obrigado a todos.

O nosso estimado Napoleão não fez a caminhada por causa da dor no pé, ou é o direito ou o esquerdo, não sabemos ao certo, que tanto o apoquenta. Mas andou de carro por serras e vales, fez amigos entre os autóctones e tirou centenas de fotografias, sendo que à hora do jantar lá estava, de pés bem firmes, acolhendo-nos de braços abertos e alegria no rosto, à porta do restaurante.

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