Divulgação e Protecção do Património do Vale do Bestança
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A memorável e irrepetível Descida do Bestança 2015

Julho 22nd, 2015 | Posted by admin in Destaques | Notícias

A descida do Bestança teve na sua génese a intenção primordial de promover nos participantes o gosto pela beleza do rio e sua envolvente, divulgar a intensidade do verde avassalador, da limpidez da água, do silêncio entrecortado pelo piar dos pássaros e murmúrio sempre presente da água do rio no seu curso por entre a penedia. E como fim último, tiveram os seus mentores a intenção de incutir um sentimento de defesa e preservação de todo aquele sítio, da sua biodiversidade e valores ambientais, etnográficos e culturais.

Para alguns participantes são esses valores ainda que presidem à descida do Bestança. É crucial sentir o rio, ouvir o silêncio que o marulhar da água não perturba, receber no rosto a brisa que agita as árvores fazendo cair as folhas prenúncio de um outono antecipado. Apelamos ao regresso à simplicidade nesta incursão no vale do Bestança. É que uma logística demasiado “aburguesada” sempre faz realçar outros hábitos, condutas e apreciação de sabores, comodidades e renúncia à caminhada pela natureza que não convém cultivar.

A Descida do Bestança de 2015 teve um momento único, maravilhoso, louvável: o concerto pelo Quarteto de Cordas “Douro”, composto pelos músicos Ana Maria Ribeiro, flauta; Andras Burai, violino; Dinis Lecomte, violoncelo; Radu Ungureanu, Violino e Jean Loup Lecomte, Viola, que interpretaram W.A.Mozart ( quarteto com flauta em Ré Maior K285 ) e F. Schubert ( quarteto de cordas nº13 em Lá Menor ( Rosamunde )D.804, op.24.). A audição atenta, em intimidade com os sons da natureza trazidos do rio, do piar dos pássaros ou do bulício suave da brisa que soprava, foi o momento que mais aproximou a “descida” do espírito que primordialmente lhe presidiu. Nesse interlúdio, sentiu-se o respeito pelo mundo natural, o carinho por um vale que ainda mantém muito da sua originalidade a que a maviosidade dos sons emprestou uma certa e inolvidável transcendência. O nosso muito, muito obrigado aos músicos que nos chamaram para este regresso à pureza e simplicidade do Bestança. O nosso muito obrigado a Jean Loup Lecomte que se empenhou e congregou os contributos necessários para que este belíssima audição fosse possível. Obrigado também a José Maria Duarte Oliveira, que assina por Jomaduol, e que, no final do concerto, disse uma muito bela poesia que a todos cativou.

Passou um pouco despercebida a inauguração do refúgio do Prado, uma pequena obra que tanto trabalho de acompanhamento e responsabilidade originou ( mas disso poucos cuidam ). Há quem não concorde com a estética do mesmo e a cor adotada. Não concedendo, ficámos, todavia, contentes por alguns dos participantes elogiarem a sua casticidades, aconchego interior e equilíbrio na volumetria da construção. A finalidade é que o refúgio sirva para fomentar o cultivo dos momentos serenos e simples no Bestança apreciando a riqueza de uma estada no seio do vale. A pequena biblioteca que já abriga servirá para isso mesmo, que a leitura sempre reclamou o silêncio e a concentração.

Uma palavra última de agradecimento a todos os participantes, e principalmente àqueles que ajudaram na concretização do programa assim ajudando na vitalidade da Associação para a Defesa do Vale do Bestança.
Cremos ter-se fechado um ciclo sendo agora altura de voltar ao início, que nem sempre o regresso ao começo é um andar para trás!

Aqui ficam agora alguns registos fotográficos, poucos, que o maior acervo fica sempre na memória de cada um (de quem na verdade participou).

Álbuns partilhados por Napoleão Monteiro:

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