23 de Março de 2013
Veja as fotografias em baixo.
Eis-nos de novo, na serra de Aboboreira! Começaremos a caminhada, junto a Telões e Eido, aldeias ensolaradas de construção granítica, com eiras tradicionais e levadas de água de granito. A caminho, poderão abrigar-se na beira da estrada por verdes e frescos carvalhos-alvarinhos (Quercus robur), carvalhos-negrais (Quercus pyrenaica) e castanheiros (Castanea sativa).
Nas orlas do bosque, poderão observar pequenas plantas floridas como Silene acutifolia e Centaurea geresensis, a dedaleira, planta altamente tóxica mas muito importante como cardiotónica e madresilva-das-boticas.
Um dos insectos presentes, cujas larvas se alimentam da madeira morta dos carvalhos é o escaravelho. Com alguma sorte, poderão observar esquilos.
A água e sombra presentes nos taludes graníticos sustentam uma flora rica em fetos como o fentilho e o falso-feto-macho e pequenas flores como a salva-brava e Silene acutifolia.
Seguidamente encontrará grande parte dos monumentos mais emblemáticos do Conjunto megalítico da Serra da Aboboreira: o menir da Pena e os dólmens de Chã de Parada 1 e Meninas do Crasto 3.
A configuração e implantação no terreno do monólito granítico da Pena, permite-nos adivinhar que se poderá tratar de um menir. A confirmar-se esta hipótese, recorrendo-se a uma escavação arqueológica, estaremos então estar na presença do único menir da Serra da Aboboreira.
O Dólmen 1 de Chã de Parada, Monumento Nacional desde 1910, impressiona todos aqueles que por lá passam pelas suas dimensões e pela quietude de lugar.O mesmo aconteceu ao escritor José Saramago, que registou a sua experiência:
“O viajante dá a volta, aí está o corredor, e lá dentro a câmara espaçosa, mais alto todo o conjunto do que pelo lado de fora parecia (…) e de baixo nada tem. Não há limites para o silêncio. Debaixo destas pedras, o viajante retira-se do mundo. (…) que homens terão levantado à força de braço esta pesadíssima laje, desbastada e aperfeiçoada como uma calote, e que falas se falaram debaixo dela, que mortos aqui foram deitados. O viajante senta-se no chão arenoso, colhe entre dois dedos um tenro caule que nasceu junto de um esteio, e, curvando a cabeça, ouve enfim o seu próprio coração.”
Viagem a Portugal, p. 34
Pode ainda observar-se algumas gravuras pré-históricas em alguns dos esteios que compõem a câmara dólménica. A sua observação é mais perceptível quando se conhece a sua localização. Cabe a todos a responsabilidade da conservação e preservação destas gravuras para as gerações vindouras.
Em contraponto, poderá apreciar a graciosidade de Meninas do Crasto 3, de dimensões bem mais modestas.
Para além da visita aos monumentos megalíticos, não deixe de apreciar a decoração singela de umas alminhas do séc. XIX, refrescar-se na Fonte do Mel e perceber por que chamam os pastores da Serra “Pedra de Sol” a um batólito granítico isolado, que por ter essa característica, funciona naturalmente como um relógio de sol.
Locais de visita obrigatória, ao longo do percurso, são os aglomerados rurais de montanha – Aldeia Velha, Aldeia Nova, Pé Redondo – expressão singular do povoamento em altitude, de padrão concentrado que contrasta com a disseminação em pequenos lugares típica das terras baixas. Conservam uma arquitectura tradicional característica, frequentemente polarizada numa eira comum envolvida por conjuntos de espigueiros.
Se o tempo estiver de feição, a paisagem que se avista, durante a maior parte da caminhada e principalmente junto à Capela da Sra. da Guia, é inolvidável.
Programa
- 09:30 – Concentração no Parque de Merendas de Telões.
- 10:00 – Início da Caminhada.
- 18:30 – Fim da Caminhada – jantar.
Percurso
Parque de merendas de Telões – Chão de Parada – Aldeia Nova– Aldeia Velha – Senhora da Guia – Pedra do Sol – Telões.
•Extensão total aproximada: 17km
•Grau de dificuldade: Médio
Indicações aos participantes
- Material individual, necessário às condições atmosféricas e exigências do percurso.
- Condição física e estado de saúde adequado às exigências da caminhada.
- Seguro de acidentes pessoais.
- Almoço
- Recomenda-se o uso na caminhada de um calçado com um piso aderente e impermeável, pois atravessaremos locais com piso muito irregular e escorregadio e algumas zonas estarão alagadas. Poderá haver zonas com tojo, pelo que se aconselha a proteção da zona dos tornozelos, ( Botas , meias altas e calças).
Inscrição – até ao dia 20 de Março
- Caminhada – 5 euros (crianças e sócios da ADVB com as cotas em dia, grátis).
- Jantar servido pela Casa do Lavrador no âmbito da Feira do Fumeiro e do Cozido à Portuguesa.
Admitimos que todos adivinhem, pelo menos; parte da ementa. Confirmamos, há cozido à Portuguesa (dieta) e arroz de moira, a isto acrescem as entradas e a sobremesa, pelo preço de 17,5 euros.
Como chegar
Para quem se desloca de Coimbra, segue na A1 até Picoto (Saída 19), segue pela A41 durante cerca de 29 Km, até à saída para a A4, segue pela A4, depois de passar Amarante, sai na saída 18 em direção a Mesão Frio/Régua, vira à esquerda para a Nacional 15 e depois à direita em direção à Régua, decorridos cerca de 8 km, vira-se à direita para Telões e a cerca de 900 m encontra-se o Parque das Merendas de Telões.
Para quem vem do Porto entra na A4 em direção a Amarante e segue as indicações anteriores.
Contactos para inscrição e informações
- Jorge Ventura – 968 013 140
- Ademar Rodrigues – 934 955 328
- Fátima Cabral – 969 874 080
O texto da descrição da caminhada é ada autoria da Senhora Dra Carla Stokler, da Câmara Municipal de Baião, a quem desde já agradecemos e as fotografias são de Egídio Santos – CM de Baião, a quem endereçamos os nossos agradecimentos.